sábado, 16 de maio de 2009


Prólogos de um crime


- Realmente... Não há remédio, admito... Mas lhes advirto o que os senhores me pedem para contar pode não ser o que realmente esperavam ouvir...
Estava ele naquela sala escura, rodeado por policiais, e na sua frente uma lâmpada com uma luz muito forte que se olhasse diretamente para ela seus olhos ardiam, mas olhando para os lados via os rostos de desprezo e ira daqueles que o rodeavam, ele o único suspeito de um crime que chocou todo o país.
- Estou aqui para relatar aos senhores como e quando aconteceu este fato que se tornou um tremendo fardo em minha vida, do qual me arrependo até hoje.
- Esse fardo a que se refere, seria o assassinato?! – Perguntou um dos policias.
- De que assassinato estão falando senhores? Desconheço qualquer acontecimento desse tipo, principalmente envolvendo minha pessoa.
- Mentira!!!!!!- grita um dos policiais, qual estava visivelmente alterado- Calma, Christian!! – foi dito por seu colega, repreendendo-o.
- Nos diga senhor Sebastian o senhor sabe o motivo pelo qual foi chamado até esta delegacia? –foi-lhe feita esta pergunta, e pela primeira vez naquela sala foi pronunciado o nome do suspeito, e apesar do grande clima de tensão existente naquele lugar ele não parecia nem um pouco alterado, nem pelo fato de um dos policiais tê-lo acusado de um assassinato.
- Claro que sei, estou aqui para ser interrogado do fato de conhecer Helena. – foi-lhe mostrada uma foto - Esta se referindo a esta mulher?
- Sim, esta aí é Helena, e a causa de todo meu arrependimento, nunca deveria ter ajudado ela quando a encontrei ferida naquele bosque.
- Que bosque se refere senhor Sebastian?
- Realmente são tão incompetentes?- disse o suspeito, aumentando ainda mais a ira dos policiais.
- Se me lembro bem, houve o envolvimento da policia nessa ocasião, inclusive há até um boletim de ocorrência aberto naquele dia...
- Realmente, me recordo disso. – disse um dos policiais, que estava em um canto atrás de Sebastian, e esse era Jhon, um dos policiais a investigar esse caso anteriormente – Mas queremos ouvir de você o que aconteceu.
- Pois bem já que insistem...
E naquele momento todos os ouvidos ficaram atentos às palavras que seriam ditas a seguir, quem sabe em algum momento pudessem identificar algo que ligue Sebastian ao crime.
- Era uma manhã de segunda-feira, como de costume iria fazer minha caminhada matutina na praça das cerejeiras, que fica dentro do Paradise Hall, o condomínio fechado de classe media alta daqui da cidade.
Por volta de umas sete horas da manhã ao passar pelo meio do bosque comecei a ouvir uma voz de mulher pedindo socorro, e rapidamente fui ver o que estava acontecendo, e lá estava atrás de uma arvore, uma mulher vestida apenas com uma camiseta branca e a parte de baixo desnuda, e por todo seu corpo arranhões e sangue.
Imediatamente liguei para a emergência do meu celular, e arrancando minha camisa cobri a parte do corpo que lhe estava amostra.
- Você não tentou nada ao vê-la nua, naquele estado? – interrompeu-lhe um dos policiais.
- Hu... Mas que espécie de cachorro achas que sou, somente alguém que não esta em seu juízo perfeito, ou com uma carência enorme tentaria algo tão baixo, para me perguntar algo tão estúpido creio que seja uma dessas pessoas.
- Ora... Seu...!!!! – zangou-se Christian, o policial, que foi imediatamente retirado da sala por seus companheiros, para que algo de ruim não pudesse acontecer, mas a vontade de perder a linha e acabar de uma vez com tudo, espancando o suspeito, era sentida por todos os policiais naquela sala, detidos apenas pela ética, que a cada minuto parecia menos importante, sem saber a que horas o próximo se irritaria, e como seu colega, teria que obviamente ser retirado da sala.
- Se não forem mais me interromper lhes peço que deixem que eu continue meu relato, pois bem, como dizia eu a encontrei lá toda ferida, fiquei do lado dela até que a ambulância viesse, e conseqüentemente acompanhei-a até o hospital.
- E ela, a mulher chamada Helena, como estava quando você a encontrou, desacordada ou consciente? – foi lhe perguntado por Jhon.
- Inconsciente, desde que a encontrei até o momento em que deixei o hospital, depois de costear os custos do mesmo, já que a pobre mulher não portava ao menos alguma identificação.
- E fez isso por caridade? – retrucou Jhon – Pura e simplesmente?
- Mas claro, sempre fui generoso e dinheiro nunca me foi problema. E apesar de tudo, mesmo sem conhecê-la, senti que deveria ajudá-la... Hum, a pior besteira que fiz.
- E por que diz isso senhor Sebastian? O que aconteceu para que você se arrependesse?
- Pelo que aconteceu uma semana depois, quando ela recebeu alta do hospital, ela por alguma razão que desconheço, pegou meu endereço no hospital e começou a me perseguir para que eu e ela fossemos amantes, isso quase arruinou meu casamento...
- Mas não arruinou, por qual motivo?
- Nunca cedi as suas provocações, sempre disse tudo a minha mulher e depois de um mês creio que ela se cansou, pois de uma hora para outra nunca mais a vi.
E neste momento Jhon abriu um sorriso, como se tivesse descoberto o detalhe que tanto procurava – Mas como isso senhor Sebastian se estamos com Helena na sala ao lado, desmentindo essa sua versão da historia?
E nesse momento toda calma que Sebastian aparentemente possuía foi perdida, e para o grande espanto de todos, menos Jhon, num grito ele confessa algo inacreditável.
- Como?! Como ela esta na sala ao lado se eu a matei! Matei Helena, com um tiro bem em seu coração!
Realmente ele acreditava na morte de Helena, pois realmente atirou nela, mas sem explicação ela estava na sala ao lado, como se novamente ela viesse atormentá-lo, ressurgida da morte.

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